Com o aliviar das medidas de combate à pandemia, e após dois anos de atividades marcadamente on-line, a ACR retomou a sua atividade presencial, com a X Assembleia Nacional de Delegados, na Casa Diocesana de Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria-a-Velha, diocese de Aveiro, nos dias 9 e 10 de julho de 2022, para avaliar a situação da ACR, definir as linhas de força para o triénio de 2022 a 2025 e eleger a Equipa Nacional, que coordenará o Movimento nesse período.
Estiveram presentes 86 militantes e simpatizantes, desde crianças, adolescentes, jovens e adultos, das dioceses onde o Movimento está implementado: Aveiro, Braga, Coimbra, Funchal, Guarda, Leiria-Fátima, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Conscientes de que não podem viver no passado, os militantes procuraram ler os sinais dos tempos, com a ajuda do Padre Sérgio Leal, da diocese do Porto, que interpelou os participantes a viver um verdadeiro caminho sinodal, sinal de uma Igreja-comunhão, e interpelando a discernir os desafios do Espírito Santo, no aqui e agora.
Reassumindo a importância da defesa da vida, como marca identitária do Movimento, foi convidada da Assembleia a enfermeira Ana Rocha, especialista em Cuidados Paliativos, que ajudou a refletir sobre a experiência humana do cuidado da pessoa em situação de fim de vida, sublinhando a importância de acompanhar e cuidar a pessoa e não só a doença.
Vivemos uma mudança de época e não apenas uma época de mudanças. A consciência da dignidade da pessoa, da igual dignidade de todas as pessoas, exige a recriação de leis e propostas sociais; a urgência de rumos produtivos distintos, de organização de economias humanas, de conciliação com a natureza, pede comportamentos e planos novos; a perceção da inevitável globalização e a descoberta das suas fragilidades, sobretudo da interdependência existencial entre os povos, impõe uma conversão de cada um a estas realidades e a procura constante de respostas novas.
A própria Igreja vive este tempo novo, percebendo que o caminho para ser fermento de diálogo e unidade no mundo terá de ser o testemunho da abertura, da cooperação, da participação e comunhão.
Militantes, grupos e equipas, só têm um caminho a seguir: recriar a sua estrutura interior, pessoal e comunitária, e investir todos os seus esforços na defesa da vida, na busca efetiva da proximidade e inter-ajuda, na implementação de humildes estruturas que tornem visível o rosto de uma nova pessoa, nova família, nova sociedade.
Nesta Assembleia foi também apresentado o desenvolvimento da Campanha “Cinco pães e dois peixes”, com testemunhos, na primeira pessoa, da importância deste trabalho social e espiritual desenvolvido pela ACR.
Da reflexão dos militantes e simpatizantes em trabalhos de grupo, foram identificados, como desafios: uma leitura atenta e humilde da realidade, a importância do trabalho em rede (no Movimento e na paróquia), a necessidade de ir ao encontro do outro, e a vivência da sinodalidade. Como instrumentos para responder a estes desafios, reafirma-se o valor do método da Revisão de Vida e o estudo da Doutrina Social da Igreja, em pequenos grupos, de base, que se inserem numa comunidade concreta, e cooperam entre si.
O grupo “Soldados da Paz”, constituído por crianças e adolescentes de algumas dioceses, animaram esta Assembleia, apresentaram os trabalhos desenvolvidos ao longo deste triénio, embelezando a intergeracionalidade que bem caracteriza o Movimento. Foi eleita a nova Equipa Nacional para o triénio 2022-2025.
A Acção Católica Rural pretende, neste ano, acolher, dinamizar, participar e viver a Jornada Mundial da Juventude de 2023 como uma oportunidade suscitada pelo Espírito Santo.
DIOCESE DE AVEIRO ‒ Albergaria-a-Velha, 9 e 10 de julho de 2022
A Direção Nacional